por guilherme bernardes
peguei um ônibus raro
não haviam pessoas que se
conheciam
ninguém olhava a cara de ninguém
ou conversavam
todos estavam sérios e
por várias estações tubo,
não houve um sorriso.
será mesmo que nenhuma
das pessoas ali tinha um
motivo pra sorrir?
talvez seja o ônibus
um buraco negro
que suga a alegria das pessoas
foi quando ela entrou.
loira, de cabelos longos.
fazia calor, mas ela estava elegante.
um vestido branco
solto e curto.
suas pernas longas e de coxas grossas
a mostra.
ao dirigir-se à outra parte
do ônibus
o homem de óculos escuros
olhou-a de cima a baixo
de um jeito bem
típico
atrás dele,
o rapaz de camisa vermelha
percebeu a ação e
sorriu.
por dois segundos
aquele deixou de
ser um lugar de olhares
distantes e preocupados.
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