por guilherme bernardes
sentado sozinho. sete da manhã. reitoria vazia. pensativo, até demais, ele fica. olha para o movimento da rua com os olhos que doem por causa do pouco sono. eles querem fechar novamente, mas ele não tem para onde ir.
a opção foi dele de ficar assim. a culpa corrói seu corpo que só se lembra da bebida como solução. "de novo, não!", foi dito. os olhos se arregalaram, a respiração ficou pesada e o coração bateu rápido. e a culpa crescendo crescendo crescendo...
vontade de sumir, desaparecer. e assim transparecer toda a covardia que ele luta diariamente para manter escondida. o céu cinza, mas sem chuva, não condiz com sua realidade neste dia. hoje, há uma tempestade dentro dele. hoje os demônios o perseguem em cada esquina para lembrá-lo que a culpa é só dele e de mais ninguém.
ele, que sempre é calmo, não consegue esconder essa angústia. pode até não contar pra ninguém o que aconteceu, mas talvez não consiga mentir se lhe perguntarem "tudo bem?". imagina se tudo não passa de um sonho. percebe que realmente, não. numa certeza que só faz sentido em sua cabeça. a mesma que crê em ideais utópicos e na bondade dos homens. sozinho, se dá conta da própria ingenuidade.
treme de frio e vê o céu a clarear. acha a saída para aliviar a tensão na escrita. não adianta muito. "pedir desculpas não vai ajudar nada.", ele sabe. o que ele deveria fazer, então? sorrir e agir como se nada tivesse acontecido? ah! por favor! assumir um erro é, de fato, nobre - por muito tempo ele pensou que fosse apenas fraqueza, talvez ainda tenha dúvidas. ainda se não houvesse solução... não vai acontecer nada, isso é certo, mas pelo resto de suas vidas seguirá a lembrança e uma lição.
ele poderia muito fumar um cigarro. iria relaxar, querendo ou não. engraçado como ele tende fácil aos vícios. começa a sentir vergonha. não que a culpa tenha sumido, mas, agora, outro sentimento de inferioridade aparece. vergonha de sua imaturidade, vergonha de sua falta de cuidado. vergonha de sua existência. o cigarro não vai chegar perto dele. não dessa vez.
há muito em jogo, pelo menos pra ele. dois anos, em sua maioria, felizes, cheios de transformações, de crescimento individual. dois anos que o "junkie sem sentimentos" encontrou a salvação e nela se segurou com todas as forças. o amor que surgiu e o uniu com alguém tão perfeito à seus olhos. ele sabe que não é bem assim. ela tem defeitos, claro, mas que ficam pequenos, se lembrada a alegria de estar com ela.
agora, ele espera, ansioso, que isso se esqueça. ou que ao menos seja posto de lado. a culpa, a vergonha, a consciência pesada já lhe parecem castigo suficiente. ele é, com certeza, uma criança. um babaca. hoje não há festa que o anime. hoje ele é curitiba. fria, cinza e mal-humorada. queria ele saber, também, o que essa cidade fez de tão errado pra ficar assim.
a opção foi dele de ficar assim. a culpa corrói seu corpo que só se lembra da bebida como solução. "de novo, não!", foi dito. os olhos se arregalaram, a respiração ficou pesada e o coração bateu rápido. e a culpa crescendo crescendo crescendo...
vontade de sumir, desaparecer. e assim transparecer toda a covardia que ele luta diariamente para manter escondida. o céu cinza, mas sem chuva, não condiz com sua realidade neste dia. hoje, há uma tempestade dentro dele. hoje os demônios o perseguem em cada esquina para lembrá-lo que a culpa é só dele e de mais ninguém.
ele, que sempre é calmo, não consegue esconder essa angústia. pode até não contar pra ninguém o que aconteceu, mas talvez não consiga mentir se lhe perguntarem "tudo bem?". imagina se tudo não passa de um sonho. percebe que realmente, não. numa certeza que só faz sentido em sua cabeça. a mesma que crê em ideais utópicos e na bondade dos homens. sozinho, se dá conta da própria ingenuidade.
treme de frio e vê o céu a clarear. acha a saída para aliviar a tensão na escrita. não adianta muito. "pedir desculpas não vai ajudar nada.", ele sabe. o que ele deveria fazer, então? sorrir e agir como se nada tivesse acontecido? ah! por favor! assumir um erro é, de fato, nobre - por muito tempo ele pensou que fosse apenas fraqueza, talvez ainda tenha dúvidas. ainda se não houvesse solução... não vai acontecer nada, isso é certo, mas pelo resto de suas vidas seguirá a lembrança e uma lição.
ele poderia muito fumar um cigarro. iria relaxar, querendo ou não. engraçado como ele tende fácil aos vícios. começa a sentir vergonha. não que a culpa tenha sumido, mas, agora, outro sentimento de inferioridade aparece. vergonha de sua imaturidade, vergonha de sua falta de cuidado. vergonha de sua existência. o cigarro não vai chegar perto dele. não dessa vez.
há muito em jogo, pelo menos pra ele. dois anos, em sua maioria, felizes, cheios de transformações, de crescimento individual. dois anos que o "junkie sem sentimentos" encontrou a salvação e nela se segurou com todas as forças. o amor que surgiu e o uniu com alguém tão perfeito à seus olhos. ele sabe que não é bem assim. ela tem defeitos, claro, mas que ficam pequenos, se lembrada a alegria de estar com ela.
agora, ele espera, ansioso, que isso se esqueça. ou que ao menos seja posto de lado. a culpa, a vergonha, a consciência pesada já lhe parecem castigo suficiente. ele é, com certeza, uma criança. um babaca. hoje não há festa que o anime. hoje ele é curitiba. fria, cinza e mal-humorada. queria ele saber, também, o que essa cidade fez de tão errado pra ficar assim.
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