por guilherme bernardes
a gente costumava
comprar bebidas e ir
no terraço
do mercado
sentar, beber e conversar.
muitas vezes até escurecer.
então um refletor
era ligado e ficava
bem na nossa direção.
ele ia
acendendo aos poucos
e
quando chegava
na luz máxima
ele simplesmente se apagava.
todo mundo via
que alguma coisa
tinha mudado,
mas depois de ver
que era só
isso,
voltávamos pro papo.
sem que percebêssemos,
acontecia a mesma coisa.
de novo
e de novo.
ninguém notava quando a luz
tava aumentando,
só quando ela apagava.
o cotidiano em fragmentos.
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